JOSÉ LUIS MOREIRA:
Estou com dificuldades para definir o índice porquê queria partir da “ideia de desenho” para definição de “processo de desenhar”. Mas como não consigo fazer isto, decidi aproveitar a sua sugestão, mas não estou a entendê-la enquanto forma e padrão. Pois não percebo onde forma e padrão encaixa-se como questão em meu argumento. Por isto, quero antes de tudo definir o que é o “processo de desenhar”, para depois, definir o que é “a maquina de desenhar” e a “forma” como esta tipologia de obra reconfigura os “corpos” no espaço. Pois pensar desta forma, permite-me olhar para o interactivo e a interactividade a partir do conceito de tempo durável. Para já penso o “desenho” como “algo” que faz parte da “construção da obra”, é o processo da obra, por isto defendo que “desenhar é processo”. Mas segundo a sua perspectiva, “o processo é a maquina de desenhar”. Percebo que você define, desta forma, o processo como um todo. Mas como posso avançar com o índice se o que define a forma (processo) é o padrão (máquina de desenhar)? Aguardo por uma sugestão? Não sei se devo começar a escrever sobre o “desenho”, ou primeiro definir o “índice”. Mas isto para mim é muito difícil. SIMÃO MONTEIRO: O seu argumento reduz-se eficazmente à duração bergsoniana. O tempo é muito importante como argumento delimitador. E José Luis fazê-o através dos conceitos de interactivo e interactividade. Ou seja, "máquina de desenhar" é a interactividade-OBRA-em-si-mesma. Dito de outra forma, a OBRA-em-si-mesma é (uma)-máquina e (uma)-acção-[desenhar]. O desenho é OBRA e processo e o desenhar é "fazer". Por isto José Luis quer antes de tudo definir o que é o "processo de desenho" [desenhar | "fazer"]. Pois é enquanto desenho que o processo [é]-[existência (ontologia) + manifestação (fenómeno)]. Os "corpos" são padrão e o desenho é forma. Por isto forma e padrão. Mas também poderia SER-pensado a forma (desenho) e o padrão (desenhado). Ou seja, [padrão é forma] e [forma é padrão]. É facto que o texto acima foi reorganizado, mas é seu. O que evidencia que já estás a perceber, mas ainda não consegues escrever, ou seja, organizar da melhor forma possível para alcançar o padrão necessário para viabilizar entendimento. Por isto o "desenho" para José Luis é a "coisa"-aparente (ontofenómeno) que "faz" a OBRA. Portanto, o processo é "desenho" e a sua acção metodológica é "desenhar". Tanto o artista quanto o espectador "desenham" a OBRA metodologicamente. Ou seja, o processo é a interactividade e o interactivo é acção. Aguardo por uma resposta de José Luis. Utilize os comentários.
9 Comentários
ok, "Os "corpos" são padrão e o desenho é forma"
Responder
SIMÃO MONTEIRO
12/3/2019 06:10:11
Sim. Mas também é importante não deixar que ESPAÇO e TEMPO dissociem-se. Posto que, segundo o que defende José Luis, a duração é importante também como elemento deste processo. Desta forma, o que se tem é: a máquina que é desenho (interacção | forma) e "desenhação" (interactiva | padrão); e a duração deste processo [desenho | desenhado ou "desenhação"]. Portanto, já temos o que delimita o tema, mas será que já temos a sua justificativa? Responda justificando.
Responder
JL
13/3/2019 00:16:36
Não entendo o que queres dizer com isso. Justificativa de quê? referes-te à prova que isso pode ser assim?
Responder
SIMÃO MONTEIRO
13/3/2019 10:29:08
O que delimita o tema é a máquina de desenhar em seu processo "desenhação". Mas o que justifica esta condição de máquina? O que é a "máquina"? No seu projecto você primeiro delimita o tema e depois o justifica. Qual é a justificação para falar em máquina e não em "corpo" ou sujeito? Se não perceber a pergunta seja específico sobre o que percebe e o que não percebe. Utilize os comentários. Se "a forma é o resultado do processo", o que justifica esta afirmação axiomática?
JL
13/3/2019 23:50:46
Eu desempenho uma actividade criativa desenhando uma maquina, que é uma obra, mas esta obra vai permitir a qualquer pessoa que visite a exposição participar activamente desenhando também.
Responder
SIMÃO MONTEIRO
14/3/2019 12:40:41
Enfim temos o que justifica a delimitação do tema. Esta é a primeira vez que José Luis obtém uma resposta de carácter académico essencialmente. Contudo, ainda é preciso compreender o último parágrafo, cito: "Assim, se a duração é importante como elemento desse processo, é também importante enquanto reconfiguração dos corpos no espaço, não somente daquele que mexe e se relaciona interagindo com a obra, mas também da condição do proprio artista que cria a obra."
Responder
JL
15/3/2019 00:19:06
Concordo sim, o que dizes é que a duração é importante enquanto elemento espaço-tempral do processo (é o que une espaço e tempo) e também enquanto reconfiguração formal da interacção, (colocando dessa forma tudo dentro dessa mesma condição, (ao mesmo nível), tanto o artista como aquele que interage com a obra, se confudem equanto “autor”.
SIMÃO MONTEIRO
15/3/2019 07:47:33
Bem, então vamos avançar para o seu índice. Contudo sem esquecer que não há "confusão", cito: "... se confundem enquanto autor." Mas antes, "fusão interactiva", ao que vamos definir e perceber como interactividade. Ou seja, a interactividade "autor" | espectador atravessa a OBRA como "MÁQUINA DE DESENHAR". Especifique se José Luis percebe o que está a ser proposto desta forma. Utilize os comentários.
Responder
JL
15/3/2019 17:09:50
Sim entendo, julgo que a expressão que usei não foi feliz, isto porque na realidade não se confundem, mas sim, através da participação na obra (interactividade) se relacionam e se fundem. Isso sim, concordo perfeitamente.
Responder
Enviar uma resposta. |
Tese de Doutoramento de José Luis MoreiraConversas iniciais. Histórico
Março 2019
Categorias |